quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Viagens noutros blogs #23

Porque foi escrito para mim e não podia não por aqui.
Porque és a minha melhor amiga e ver-te feliz é a melhor coisas que me podes dar.

Para mim, a pior solidão é aquela em que só queremos estar sozinhos, só queremos estar sós, só queremos estar abandonados. Por opção. Obrigamo-nos a não estar com ninguém porque só assim (achamos nós) é que conseguimos ultrapassar as nossas próprias mazelas. Consideramos que só caindo e renascendo do solo é que nos damos como curados. Queremos sentir-nos mal, despedaçados e de rastos. Para depois, nos erguemos sozinhos.
Nessas alturas, quando somos obrigados a estar com terceiros, fazemo-nos passar por impecáveis, não queremos que as pessoas tenham pena de nós, que nos façam perguntas. Fazemos-lhes a vontade. Estamos com elas, também em parte para aliviarmos a sua consciência de nada estarem a fazer para nos salvar: sorrimos, brindamos, tentamos ser iguais a nós mesmos, mas na versão boa.
Há uma pessoa que eu sei estar, nitidamente, a fazer isso. Sinto, cada vez que estou com ela, que o seu corpo presente, é só para me fazer a vontade. Que o amor e amizade que tem por mim, aquele altruísmo puro e desinteressado, coloca-me sempre em primeiro lugar para me levar a pensar que a estou a ajudar. E eu aceito. Finjo não perceber. É a minha prova de amizade. Também tenho esse direito.

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