sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Livros

Lembra-se disto http://aculpanaoeminhaetua.blogspot.pt/2013/07/de-como-nao-ha-fome-sem-fartura.html

Já estão acabados há semanas, mas ainda não tinha tido tempo...

- O rastro do Jaguar
Há momentos na vida de um homem em que ele beira seus limites; é como se fosse a borda de um abismo: um passo à frente e a queda é irreversível. Mas poucos homens são capazes de reconhecer essa linha tênue quando a encontram; chegam a cair em seus abismos sem perceber; a visa se transforma, mas não se é capaz de conhecer o preciso instante em que ela começou a mudar. Assim, a maioria dos homens constrói sua vida com retalhos mais diversos, e termina-a como um manto de remendos onde é impossível reconhecer o meninos no ancião. Alguns homens, não; têm a sorte, ou o azar, de perceber e identificar cada ponto limite de suas vidas; sofrem, tremem, escolhem. São lúcidos, são homens para quem a existência é mais penosa, pagam caro a sua própria lucidez. Pierre estava em seu momento mais crucial; abandonava a sua identidade, como a cobra abandona a pele desgastada depois do inverno; mas não sabia se o verão lhe traria uma pele nova e fresca. O passo já havia sido dado; não se conhecia anda a profundidade do abismo, mas Pierre já se sentia viajando num espaço, caindo em direção ao fundo, como um meteoro nascido da explosão de estrelas distantes.

- A sombra do Vento
Olhe Daniel. O destino costuma estar ao virar da esquina. Como se fosse um gatuno, uma rameira ou um vendedor de lotaria: as suas três encarnações mais batidas. Mas o que não faz é visitas ao domicilio. É preciso ir atrás dele.

E comecei Kafka. Achei que indo a Praga fazia sentido ler alguma coisa dele et voilá:


O Processo. Numa edição de 1963.
Adoro os livros da minha avó. Adoro!

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