domingo, 27 de fevereiro de 2011

Nuvens negras


B.: Mimimimimi...blablablabla...beca beca beca...
G.: Pára. Estava aqui a ouvir-te falar sem parar e a certa altura desliguei do que estavas a dizer e só consegui pensar "ela e louca, completamente maluca". Pára de pensar. Pensas demasiado.

Talvez.
Parece que às vezes basta só gritar e deitar tudo cá para fora, desabafar todas as nossas duvidas, incertezas ou certezas mais do que absolutas. Dizer que sim e que não ao mesmo tempo, que é esquerda e direita, que se está bem enquanto não se para de chorar, que não sabemos. Finalmente baixamos os braços e admitimos que não sabemos! Por mais voltas que se dê, há certos sentimentos que não fazem sentido, que não se expressam por palavras, que são misturas de medos, certezas, duvidas, inseguranças, amor...

E depois há o cansaço, que quando se instala vem para ficar. Que moí e irrita a principio e que depois se habitua. É simplesmente normal esperar em vão, é saber que os outros vão falhar e não lhes dar sequer uma pista, porque não vale a pena. E até podem dizer "mas senão disseres ninguém vai saber"...a verdade? It doesn't matter anymore. A partir de certa altura, já não interessa. Quando se aprende a aceitar...a aceitação mata o amor.
No final, cada um olha só para o seu umbigo e nós estamos sozinhos. Independentemente de como estamos, que dor tenhamos e de quem diga que está aqui! Não está. Estamos sozinhos.

1 comentário:

  1. Tenho de concordar. No fim, estamos sozinhos. Podemos ter amigos e pessoas especiais, mas somos sempre uma pequena ilha. Por isso é que temos de nos esforçar por gostar da nossa companhia, antes da dos outros.

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