sábado, 4 de fevereiro de 2017

Barriguda

Os que me lêem há já algum tempo, devem imaginar pela quantidade de vezes que falo sobre este assunto, que eu luto constantemente com o meu peso.
Já foi uma luta mais renhida, já foi um peso pesado na minha auto-estima, já me preocupei muito mais em tentar estar sempre de saltos altos, maquilhagem, produção à la Hollywood do que agora. Não obstante o caminho que já percorri, o peso é, e creio que será sempre, pouco meu amigo.
E os que me conhecem sabem que eu gosto de fazer exercício físico, mas não nasci a gostar, que eu me alimento bem agora (70% das vezes), mas que adoro uma maionese com batatas fritas e que apesar de estar sempre a falar de dietas, boa alimentação e desporto, eu tenho, desde que me lembro de ser pessoa, pelo menos 8kg a mais.

E há quem me diga que não se nota, ache que sou exagerada e não veja esses 8kg em lado nenhum, mas a verdade é que, quer eu queira ou quer não, de acordo com todas as tabelas médicas, eles sempre estiveram lá. E com a idade, eu aprendi a viver até bem com eles. Aprendi a vestir-me para os disfarçar, a balançar o que gosto de comer com o que posso comer, as férias com o ir todos os dias ao ginásio, o saudável com o sabor...e apesar de tudo, o meu corpo vai-se mantendo mais ou menos no sitio com a idade.

O problema é que agora estou grávida, e sendo já esta uma fase hormonalmente descontrolada, ainda fui ficar grávida numa altura em que estava 4kg acima do meu peso habitual (que relembro para os mais distraídos já é 8kg acima do que deveria). E estar grávida é uma estrada só de ida no que a peso diz respeito, onde o ficar algumas semanas estável é o máximo que se consegue fazer. 
Claro que depois há sempre as comparações, as fotografias das outras grávidas para nos chatear, aquelas pessoas que engordaram 9kg e nem mais um, as pessoas que emagreceram, as pessoas que não engordaram e saíram do hospital com a sua roupa...

Eu confesso que sempre tive medo desta altura da minha vida. Medo, sim, porque há quase 20 anos que luto para controlar o peso, e não quero sair desta experiência sem caber no meu armário. 

Os primeiros 3 meses foram fáceis, enjoada de manha há noite, a balança nem acusou. E depois veio o natal, desgraçada. E depois voltei a portar-me bem, e este fim-de-semana estiveram cá amigos, e foi outra vez uma desgraça. E há quem me diga para esquecer e relaxar, estou grávida, não vale a pena chatear-me muito. Uma piada bem boa, porque eu sei, que se relaxar acabo esta brincadeira com 30kg a mais, mas na boa! Na boa mesmo! E por isso não posso relaxar, o que é chato, especialmente quando me dá vontade de comer. É que a questão não é nem o ter mais fome que o habitual, a questão é que, se há alguma comida que simplesmente me está a saber bem, o meu estômago não tem limites. Eu não fico cheia! Ponto.

Isto tudo para dizer o seguinte: a) não vou relaxar até ao final, o que só por si não significa nada, b) pelo caminho existem férias e Pascoa, o que torna tudo mais preocupante, e c) quero vestir a minha roupa quando voltar para casa, ou pelo menos alguma dela, vá!

Isto das hormonas já é difícil o suficiente sem eu me sentir uma baleia. Vontade de chorar (ou matar pessoas) do nada, pés inchados e um final do dia difícil (todos os dias), olheiras até meio da cara porque há noites que já não tenho posição. Digamos que o sentir-me bem comigo mesma não acontece todos os dias, especialmente agora que começo a aumentar a olhos vistos. 
E depois do parto as hormonas não vão melhorar, é o que toda a gente diz, pelo menos. Não preciso de todo de chegar a casa, e no meio da azafama que é manter uma criança viva, ainda ter de estar constantemente a pensar que vou demorar pelo menos 6 meses a perder tudo o que ganhei. Não preciso, a sério!

Posto isto, só me resta alimentar-me o melhor possível, continuar a ir ao ginásio, e rezar. Uma reza daquelas bem forte, porque só Deus sabe o que eu já penei por causa do meu peso.

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