terça-feira, 2 de janeiro de 2018

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O facto do nosso cão morrer não interessa a ninguém. Só nos custa a nós, só a nós faz doer...não há ninguém com quem falar, ninguém a quem a avisar e ninguém que intenda o que é perder o nosso animal de estimação, a não ser os que já passaram por isso.
A antecipar o que hoje aconteceu, o meu cão foi-se embora esta de manhã.
E há quem diga que ele até não era o meu cão, porque estava em casa dos meus pais, ou que era o cão da minha irma porque foi presente para ela, mas para mim isso não interessa. Importa o que eu sinto, e o que eu sinto neste momento é uma tristeza enorme, uma angústia e um princípio de saudade dos momentos que não vamos passar juntos.
Dennis, meu querido, foste muito bom cão.
Até sempre.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Ao meu cão Dennis

Foste muito bom cão. Sempre.
E agora que se aproxima o final só gostava de poder fazer-te sentir o quanto és amado por todos nós.
Não sei se vais voltar a casa, e apesar do tempo que tivemos para nos preparar, acho que nada vai facilitar o momento. O momento em que termos a certeza que não vais voltar, em que vamos decidir acabar com o teu sofrimento e deixar-te ir.
Foste muito bom cão! Eu sei que já disse mas quero repetí-lo tantas vezes quantas possíveis porque eu já não te vou ver mais. Soube disso quando cheguei a casa dos meus pais, quando estive deitada contigo no chão e quando ajudei a por-te no carro para ires para o veterinário. Soube disso na sexta feira quando me vim embora e sei-o agora, eu já não te vou ver mais.
Sabemos que os animais vão durar menos, sabemos que vai doer no final, mas é difícil imaginar o quanto irá doer todos os dias sem ti.
Foste tão bom cão!! Foste o melhor dos amigos, o mais fiel companheiro, o brincalhão de serviço, o descarado a pedir comida, o olhos tristes quando ficavas sozinho.
Vai ser muito difícil perder-te e ainda mais tomar a decisão de te deixar ir. Mas faremos sempre o que for melhor para ti, por isso somos os teus donos desde cachorro.
Foste muito bom cão! Adoro-te.

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Trancoso é frio, não é novidade!
Por isso em vez da minha ida anual a praia fiquei a lareira.
Comida boa, vinhos melhores e doces que não acabam.
Mais uma vez hoje deparei-me com a realidade irremediável que é ser mãe. Nao há como delegar totalmente as nossas tarefas. O M. nem sempre deixa e eu nem sempre consigo. Acho que começo a precisar tanto dele como ele de mim, num enlace difícil de explicar.
Um filme dura 2h, mas essas 2h parecem uma eternidade quando se é mãe. Impossível ver um filme de seguida. E não, não é mito!

2018 e os votos


Durante muitos e muitos anos, votos para o novo ano e revisão do ano que passou, era algo a que me dedicava durante largas horas.
Hoje, por falta dessas horas ou porque me tornei uma pessoa mais simples ou porque sei que o novo ano não faz velhos milagres, não dedico tempo substancial a pensar nisso.
Na mesma acho importante referir que 2017 foi um dos anos mais importantes da minha vida, foi o ano em que fui mãe pela primeira vez. E atenção que 2017 não foi o ano mais fácil de todos, ou o mais feliz de todos (nem sei bem se isso existe), mas foi o ano marcado pelo M.
Desde que o soube dentro de mim, que toda a minha existência começou a passar por ele também, de manhã quando acordo, a noite quando me deito, não existe já um mundo onde ele não esteja. E maravilhoso e assustador ao mesmo tempo.
Por isso 2017 foi único e irrepetível.
Para 2018 quero apenas o mesmo que todos os anos, amor, paz, saúde e sorte.
Quero também continuar a melhorar coisas em mim e para mim. Quero ser (ainda) mais organizada, quero poupar, quero trabalhar mais, quero ir ao ginásio pelo menos 4x por semana, quero ter quilos de paciência para o M., quero alimentar-me melhor, quero ser um bom exemplo para o meu filho, quero ter tempo para o que me faz feliz como ler, escrever, estar em casa com a minha família no quentinho do meu lar, quero que todas as pessoas que eu amo tenham montes do mesmo que eu pedi para mim, amor, paz, saúde e sorte.
Quero também deixar maus hábitos, o botão de snooze, o mau feitio quando tenho sono, o queixume por causa do frio, do calor, da falta de tempo, do cansaço...o queixume em geral vai ter de desaparecer. Quero não comer porcarias que me fazem mal, quero tratar melhor de mim, sentir-me bem e saudável.
Parece que quero muita coisa, mas na realidade o novo ano só se faz dia a dia. A cada dia que voltamos a velhos hábitos, é preciso acordar no dia a seguir com mais força para mudar, para melhorar. 
Tudo o que quero este ano já queria no ano passado. Algumas coisas consegui dar uns passos valentes para a frente, noutras nem por isso, e é por isso que o os votos de novo ano nunca acabam. Há sempre por onde melhorar, há sempre mais para aprender, há sempre os desafios e as pedras ao longo do caminho, há sempre momentos de desespero e tristeza e momentos de pura alegria e felicidade.
Por isso escrevo nestas primeiras horas de 2018, porque sei que este ano vai ser 1000x diferente to que passou, mas ao mesmo tempo sempre igual. Nunca percebemos bem quando mudamos, o certo é que de ano para ano não podíamos ser mais diferentes.
Feliz ano novo!

sábado, 2 de dezembro de 2017

Partilhas

O M. dorme e eu sento-me 2 minutos na cozinha a  passar os dedos nas redes sociais, que descuido 1000 neste momento porque não dou a mínima, e neste pouco tempo leio 3 coisas sobre o tema partilhas nas redes sociais...

Para mim, importante é o que guardamos, o que fica entre nós e a pessoa com quem partilhamos o momento. E por isso, se e importante eu não partilho, porque nem vou gastar tempo com isso.
Claro que, como não tenho a urgência de partilhar, acabo por nem tirar fotografias e depois tenho pena de não ter mais fotos deste ou daquele sítio, desta ou daquela situação ou evento. Por isso instaurei, o que eu chamo de regra de ouro...em férias partilho uma foto por dia, faço das minhas redes sociais o meu álbum de vida.
Do meu M. tiro uma foto de cada acontecimento (o que neste momento é quase uma todos os dias) e não partilho. 
Não sou fanática e medrosa sobre ter fotografias dos miúdos nas redes sociais, simplesmente não quero. O M. é só meu e dos que o rodeiam, não tem de ser, por enquanto, de mais ninguém.

domingo, 26 de novembro de 2017

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Reality your bitch

Fácil julgar: “ele é um bocado estranho”, “diferente”, “sempre despenteado”...
Vários comentários ou às vezes só olhares, sorrisos de escárnio, abanares de cabeça.

Sim, concordo com o diferente e nunca pensei no assunto mais do que dois minutos até hoje.
Levantou o braço numa reunião, o relógio caiu e por baixo estava lá, marcada no pulso uma cicatriz longitudinal pelo pulso abaixo.

A realidade tem maneiras certeiras de nos atingir. Hoje pensei mais do que 2 minutos sobre o que significava ser diferente. As pessoas andam a nossa volta e nós não sabemos nada do que se passa ou passou lá dentro.

Numa qualquer altura da vida, esta pessoa decidiu que não queria mais viver e hoje está aqui, a viver esta vida tão semelhante a minha.

Não me devia espantar, também eu já fui uma pessoa que não sou mais. Mas espantou, pôs-me a pensar em quantos demónios andam por aí sem que nós demos por isso.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Do luto e a sua permanência em nós

Deve ser por estar longe, mas às vezes esqueço-me que a minha avó já morreu.
É como senão a visse porque estou aqui e não porque ela morreu. Durante o tempo de 2 ou 3 pensamentos não aconteceu, vou-lhe dizer o que estou a pensar em breve, vou estar com ela em breve...
Como agora, da minha infância veio a memória a Praça de Londres, passei para a igreja São João de Brito, e daí para ir à missa com a minha avó, até que...não, não vai acontecer.
Acontece cada vez menos mas ainda acontece e não sei quando vai deixar de acontecer, e me vou esquecer simplesmente de quando ela era viva. 
Podia fingir que isso nunca vai acontecer dado o amor que eu tinha por ela, mas sei que não é verdade. Demora mais ou menos tempo mas o próprio tempo absorve o amor, o que vivemos juntas e até a dor. No final, seja ele quando for, fica a aceitação de que a morte leva tudo, menos uma lembrança indolor que acarinhamos de tempos a tempos.

Curtas

Nothing says blast from the past as Carolina Herrera 212.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Como sempre

Saudades de escrever, de me sentar a jogar conversa fora comigo mesma e passar depois horas a ajeitar o texto, mudar as palavras de ordem, cortar sem dó nem piedade parágrafos que são meros apêndices. Saudades de ter tempo para escrever.

Voltei ao trabalho há mais de um mês. Nas primeiras 3 semanas fui novamente um joguete nas mãos do tempo (coisa que odeio). A correr de um lado para o outro, entre o open-space, a sala de amamentação e o sofá da minha sala, num jogo que coordenação que me tirava toda a energia para pensar no que quer fosse exceto o M. e o trabalho.

Luckly enough, fui promovida. Ato de extrema simpatia da parte da minha entidade empregadora. Parecendo que não, ser reconhecida pelo meu trabalho e dedicação é uma das razões pelas quais adoro estar aqui. 

O M. cresce todos os dias a um ritmo que quase não consigo acompanhar. Continuo a aprender a ser mãe dele e ao mesmo tempo concilia-la comigo. Descobri que todos os livros que li durante 9 meses são apenas guidelines, similares aos livros que lemos na faculdade. Na pratica, temos que nos adaptar constantemente. Há dias em que está tudo controlado e há dias em que apenas se sobrevive.

A quantidade de amor, essa sim chocou-me, não estava a espera. O amor esmaga-te de tal maneira que ás vezes parece que todos os outros sentimentos desaparecem. Eles estão cá, eu sei, mas neste momento ainda estão a levar com o brilho fortíssimo que o M. emana e que eu ainda não consigo absorver rápido o suficiente para deixar ver os outros sentimentos. Ter um filho pode, sem duvida, gerar sentimento suficiente para colmatar toda a ausência de outros sentimentos, disso tenho agora a certeza. Não é saudável, mas é possível.

As chaves são:
Equilíbrio, o balanço delicado entre ser mãe e ser mulher. Eu preciso de tempo, preciso de estar comigo, de ir ao ginásio, de ter as unhas arranjadas a depilação feita. Preciso de ler e de escrever, de ver a minha série e de conversar com adultos, de aprender Holandês e ter side projects. Ter tempo é o desafio do momento. Tirar tempo ao trabalho não é inteligente, tirar ao sono não é sustentável, tirar à família não é aconselhável e tirar-lo ao M. é simplesmente impossível.
Eventualmente hei-de conseguir ter a minha vida equilibrada novamente.

Adaptação. Quando achas que a rotina está estabelecida, as noites estão boas, e está tudo equilibrado, pumba! dentes!, ou pumba! cólicas!, ou pumba! growth spur!, ou pumba! eczemas!
Nada é estático, está tudo constantemente a mudar, a evoluir, todos os dias. Para uma control-freak como eu esta extrema flexibilidade pode levar à loucura.

Aceitação, a melhor palavra. O que me faz levar calmamente quando ele acorda novamente a meio da noite (por uma razão diferente da anterior, que eu já tinha resolvido), que me faz não stressar por ter de alterar os planos 5 minutos antes dos acontecimentos.
Quando aceitas que nem todos os dias vais conseguir fazer tudo o que querias, que há dias que tens de te deitar as 21h, que uma Vogue demora um mês inteiro a ler, que tens de ter ajuda, a vida corre melhor. Estar permanentemente a lutar contra coisas que são como são é pouco inteligente e certamente leva a depressões sérias.

Não tenho exatamente uma deadline para conseguir tirar isto de letra. Os desafios são enormes porque a vida, como ela era acabou, desapareceu e não vai voltar. E habituarmos-nos a isso custa, tanto a mim, como ser individual, como a nós casal.

E com isto foram 2h inteiras. Uma tirei ao trabalho e a outra ao sono. Começar a trabalhar as 7h da manha tem as suas vantagens, mas começa a doer quando se chega a 5a feira.

domingo, 20 de agosto de 2017

Finalmente

Aparentemente o blogger não funciona bem numa versão qualquer do iPhone. 
Eu com tanto para partilhar e sem conseguir.

Parecendo que não já passaram 6 semanas desde que o M. nasceu. Semanas sem computador e sem tempo. Tempo esse que tomou agora uma nova dimensão. Sou um joguete na mão do meu filho recém-nascido; ele é prioridade primeira, o que faz com que haja dias que as 15h ainda não comi e que banho é quando dá. 
Não há queixas aqui, há constatações.
O meu Eu mãe adora cada segundo, cada nova coisa que ele faz, cada olhar doce que ele me dirige.
O meu Eu pessoa por vezes colapsa. Lágrimas e soluços que mostram que ser mãe é muito importante mas a nossa individualidade também. Creio que eu serei daquelas mulheres que nunca poderá ser só mãe, por mais que ame o meu filho. Preciso do meu duche diário, de me arranjar e por maquiagem, de sair à rua e falar com adultos sobre temas que não sejam bebes. 
Preciso disso para me equilibrar, para sentir vontade de voltar para casa e ser mãe mais não sei quantas horas até a altura em que me apetece uma pausa novamente.
Foram 6 semanas de mudança, de por vezes não me reconhecer, de choros, revoltas e dificuldades. Semanas de um sentimento crescente de amor infinito, de um quente no coração que não consigo descrever, de arranjar forças quando o corpo só quer colapsar e dormir 2 dias seguidos, de não deixar de fazer o que acho que é melhor para ele, mesmo sabendo que seria mais fácil. 
E claro não sei sequer se posso ou devo falar do medo. Ele voltou, sentou-se aos pés da minha cama com aquela cara que diz "tudo pode acontecer a qualquer altura, quando menos esperares". Tento com todas as minhas forças racionalizar este medo irracional de tudo e de nada, mas creio que a melhor estratégia é apreender a viver com ele. Desde que soube que estava grávida o medo só se tornou cada vez maior, grande e gordo alimenta-se de todas as histórias terrificas, que vamos tendo conhecendo todos os dias. Finjo que ele não está lá para toda a gente, e em determinadas alturas até para mim. Mas ele está e é mais uma coisa com a qual vou ter de apreender a viver.

Tenho muito para vos contar.
E agora que consegui escrever todas estas linhas sem a aplicação ir abaixo, talvez consiga.

terça-feira, 20 de junho de 2017

Curtas

Saltos altos e tornozelos... I miss you!!

quarta-feira, 7 de junho de 2017

sábado, 3 de junho de 2017

Curtas

Adoro morar em Amsterdão.
Sentados numa esplanada no centro vemos as flores nas janelas, bicicletas, crianças nos carrinhos, pais relaxados, o ritmo de uma cidade em que ninguém correr para nada.
Amesterdão nunca vai ser Lisboa, mas não é por isso que gosto menos dela.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Curtas

Já percebi porque é que não se vem muitas mulheres com 9 meses de gravidez na rua... andar por si só, e uma tarefa hercúlea!
E ainda faltam 3 semanas!